Acaba de ser inaugurada a exposição de fotografia “A Paciência da Sombra”, com autoria de Veríssimo Dias, patente ao público no espaço cultural e artístico Atmosfera M, na Associação Mutualista do Montepio, em Lisboa.

Neste tempo corrido que reclama rapidez, vertigem, velocidade… Veríssimo Dias fala-nos – leia-se, mostra-nos – a paciência. Neste tempo carregado do barulho das luzes, de holofotes e palcos… Veríssimo Dias fala-nos – leia-se, mostra-nos – a sombra. A paciência e a sombra.

Ao todo, podemos contemplar nesta exposição 31 fotografias emolduradas, sem nome. Todas com o epíteto de terem sido tiradas em Sines, onde o autor reside. E onde espanta o tempo com o tempo que dedica à arte de eternizar momentos naquilo que a sua objetiva, por si comandada, vê.


A Paciência da Sombra, de Veríssimo Dias 74


As imagens não precisam de palavras. Mas se porventura dermos palavras às imagens, podemos imaginar o máximo. Esta exposição ganha, ainda, o olhar da escritora singular, premiada, Ana Margarida de Carvalho, que entre muito mais, nos diz assim:

«As imagens são assim: contêm um tal poder simbólico, apelam a outras, convocam reminiscências, convidam as nossas histórias privadas, distanciam-se para o curso geral dos acontecimentos, concentram a duração num momento: aquele em que são elas que nos interpelam e parece que já não somos nós a olhar para elas, são elas que olham para nós».

Entremos para ver “A Paciência da Sombra”, de segunda a sexta, das 9h às 19h. Até 3 de março.


A Paciência da Sombra, de Veríssimo Dias 75


Sobre o autor

Os dias velozes são tempo guardado no olhar experimentado de Veríssimo Dias. O engenheiro, o biólogo, o ecologista que deposita na lente fotográfica um talento maior. A fotografia sai-lhe dos dedos como assentam as luvas e voam os pássaros que tanto gosta de captar. É o decano. Nasceu em 1955, em Angola (Nova Lisboa, atual Huambo). Frequentou o ensino secundário em Luanda, licenciou-se e doutorou-se na ex-URSS. Por cá, foi professor, é agora projetista e consultor ambiental. A fotografia surge em uníssono. É o pulsar da própria vida. Nas livrarias, encontramos 4 livros de fotografias de Veríssimo Dias. Um quinto, Verdália (2005) estará, quando muito, em prateleira de alfarrabistas. Hoje, dá-nos a ver esta exposição A Paciência da Sombra.

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