Recebi este livro, pelas mãos do autor, em outubro do ano passado, com uma nota pessoal que me foi dirigida e que regista a cumplicidade e a visão comum sobre a liderança, o talento, a diversidade. Com chancela da Contraponto, De Estafeta a CEO – As decisões que constroem uma liderança, de Rui Bairrada, que já tive a oportunidade de entrevistar aqui, é um testemunho na primeira pessoa de um trajeto ascendente, marcado pela tónica de um empreendedorismo vocacional que se ligou a opções com propósito, corajosas, visionárias.
Pedro Andersson – o jornalista da SIC que o entrevistou num dado momento e, na perspetiva de Rui Bairrada, contribuiu determinantemente para um turning point na visibilidade e na perceção da marca Doutor Finanças – assina o Prefácio, salientando o mérito deste CEO promotor de um «ambiente onde todos têm liberdade e são encorajados a crescer».
Quando entramos no testemunho do autor, vamos conhecendo factualmente a cronologia desse percurso aspiracional, seus dilemas e convicções, e logo ganhamos a perceção de que há no Rui Bairrada uma ambição que nunca se desliga de uma enorme generosidade e visão humanista. Aliás, quando tem a sua função de CEO consolidada, Rui Bairrada refere: «O que me faz feliz agora é cumprir os sonhos de quem me rodeia». E isso é digno dos líderes dignos desse epíteto.
Pela sua mão, vamos consolidando a nossa própria visão para a liderança, atraídos por palavras que nos são descritas e enquadradas no livro, como «carisma», «perguntas» e «desafios» e, ainda, uma atitude inseparável da liderança: «o que posso fazer para ajudar?». «Liderar é estar verdadeiramente disponível para o outro», refere com fervor.
Fala-nos também dos sonhos realizados e daqueles que, não tendo chegado a bom porto, abrem janelas alternativas para explorar caminhos imprevisíveis: «Acho inclusive que sou o exemplo de que as estradas diferentes às dos nossos sonhos nos podem reservar grandes oportunidades».
Sublinha a entrega, a alma e o coração como eixos para a «mais antiga das fórmulas para o sucesso». «Quer tenhamos seguido o coração ou decidido agarrar as oportunidades menos desejadas ou planeadas, a entrega tem sempre de ser total. Percebi cedo que não faço nada pela metade. E seria o afinco com que encarava as minhas funções que me viria a abrir as portas para outros voos». E esta atitude vemo-la de forma consistente: no miúdo estafeta, no profissional que se vai construindo com perseverança e no CEO empreendedor. Não é uma característica inerente às funções assumidas. É um atributo do Rui.
Ao longo do livro, lemos intercalado com o relato de vida do autor os testemunhos de vários dos seus colegas e amigos, da sua mãe e da sua mulher, duas locomotivas sem as quais o Rui não se consideraria concretizador de todas as suas metas. E, mais uma vez, a par das suas qualidades, o peso certo atribuído às fragilidades e às pessoas fundamentais ao lado de quem se faz peregrino num caminho de total esperança na beleza da vida.
.