Agrega um conjunto quase infinito de textos que Fernando Pessoa escreveu em dois períodos de tempo diferentes: entre 1913 e 1920 e entre 1929 e 1934. São mais de 500 fragmentos, encontrados entre 30 mil documentos manuscritos e datilografados. São de origem dispersa, mas ligam-nos um mesmo fio condutor e uma lógica maior que fazem com que funcionem como um todo. É o Livro do Desassossego, de um dos heterónimos de Pessoa: Bernardo Soares.
É considerado uma das obras magnas do escritor, poeta, e é possível encontra-lo traduzido em dezenas de línguas. Está, também, disponível online, num belíssimo arquivo da autoria de Manuel Portela: https://ldod.uc.pt/.
O LdoD consiste num arquivo digital do Livro do Desassossego, com imagens, transcrições, quatro edições da obra e uma vertente interativa através da qual cada utilizador pode escrever o seu próprio texto e colaborar numa dinâmica de produção de edições virtuais.
Desenvolvido no âmbito do projeto de investigação “Nenhum Problema Tem Solução: Um Arquivo do Livro do Desassossego”, do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, o LdoD merece um aplauso por proporcionar a (re)descoberta de uma das obras mais significativas do espólio literário português, incentivando a leitura e promovendo mecânicas de escrita interativa.
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