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Se, ao fim dos primeiros 6 meses (também aqui assinalados), é cumprido o chamado período experimental, a meta dos 12 meses encerra já um compromisso maior, que se equilibra algures entre as mil ideias para o futuro e as concretizações e os laços deixados no passado. Desde logo com cada um dos entrevistados, com contributos nas mais diferentes áreas do saber e que, ao longo deste primeiro ano, se disponibilizaram a partilhar a sua visão – muitas vezes, nunca partilhada noutro lugar – na ótica de cidadania cultural e partilha de valores aqui preconizada.

São eles, desde logo, Carlos Campaniço e Ana Margarida de Carvalho, dois escritores premiados, ambos editados pela LeYa. O primeiro concedeu-me a honra da primeira entrevista do Entre | Vistas e umas quantas horas de conversa sobre o planeamento deste site, ainda quando o mesmo não passava de uma ideia alinhavada na minha cabeça. Foi o escritor com quem tive o privilégio de concretizar e discutir a ideia então ainda embrionária do Entre | Vistas. Ana Margarida de Carvalho, por sua vez, suscitou-me a atenção pela riqueza e diversidade da sua escrita, que podemos conhecer em variadíssimos géneros jornalísticos, roteiros de viagens, textos dramatúrgicos e, mais recentemente, também na literatura, estilo em que a autora se viu desafiada, e bem, por Maria do Rosário Pedreira, que também tive a sorte de entrevistar aqui.


Ana Margarida de Carvalho Entre Vistas
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Olheira de referência na literatura em Portugal, responsável pelo lançamento de autores como João Tordo, José Luís Peixoto, Valter Hugo Mãe e os próprios Ana Margarida de Carvalho e Carlos Campaniço, Maria do Rosário Pedreira recebeu-me nas instalações da editora onde trabalha, a LeYa, para a bonita e profundíssima reflexão sobre o estado atual da literatura e da cultura, com interessantíssimas referências a escritores que trata inconfundivelmente pelo primeiro nome, apenas, como o faz em relação a «Agustina [Bessa-Luís]» ou a «Vergílio [Ferreira]», por exemplo.


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Neste primeiro ano, foi também possível partilhar no Entre | Vistas as declarações de Miguel Duarte, o jovem bailarino que do conceituado Prix de Lausanne trouxe o Prémio de Melhor Interpretação de Dança Contemporânea e que, com as portas das melhores companhias de dança do mundo abertas, escolheu integrar o Nederlands Dans Theater, em Haia, na Holanda. Também a destacar, neste primeiro ano, a entrevista a Pedro Proença, porventura um dos artistas plásticos portugueses mais completos. Recebeu-me no seu atelier com tintas acabadas de aplicar em telas prontas a inaugurar mais uma das suas emblemáticas exposições, naquela vez na Casa Fernando Pessoa, numa perfeita homenagem à geração de Orpheu, sobre cujos autores Pedro Proença fez nesta entrevista revelações inéditas.


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Pedro Proença

E porque no Entre | Vistas se quis voar para fora de portas, à procura de quem nos representa bem e dignifica, foi também ouvido Rui Simões, o português ao comando das operações de engenharia do Maastricht Upper Area Control, ponto nevrálgico de confluência para os voos entre os continentes asiático e norte-americano, uma referência na aviação mundial. Numa das suas vindas a Lisboa, marcou comigo encontro obrigatório para uma conversa sobre a aviação, a emigração, a gestão do sucesso e a identidade portuguesa, vista por nós e pelos de fora. E porque este é um espaço de comunicação, quis ouvir as palavras de uma profissional de comunicação, habituada a usar da palavra ao microfone da rádio M80, na sua bonita pronúncia do norte e com a simpatia dos ouvintes já conquistada. À porta da rádio, num dos mais famigerados jardins de Lisboa, chegou no dia da entrevista à hora marcada para uma conversa desempoeirada, cheia de energia e a fazer lembrar que também ali os ouvintes da rádio eram a audiência para quem falava. É a rádio a sua verdadeira zona de conforto.


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Neste primeiro aniversário do Entre | Vistas, revelo ainda o meu orgulho em ter podido incluir nos meus entrevistados duas das vozes mais originais da atualidade, uma na economia da saúde, outra na ciência política. São eles Pedro Pita Barros e Marina Costa Lobo. O primeiro, Vice-Reitor da Universidade Nova e um dos mais novos professores catedráticos em Portugal, é solicitado nos mais prestigiados fóruns nacionais e internacionais sempre que à saúde é pedida uma abordagem economicista. À segunda, investigadora consagrada do Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, é pedida a visão reconhecida de quem mantém crítica e sempre atualizada a observação da situação política interna e externa. Aqui, à porta das últimas eleições legislativas de 4 de outubro, explicou o que é a democracia, num momento em que é tão crucial ter na memória essa noção, e apontou caminhos para o projeto ideológico do Portugal do futuro.


Marina Costa Lobo
Pedro Pita Barros

No Entre | Vistas, neste primeiro ano, foi ainda valorizada uma ferramenta de peso no futuro do nosso e de qualquer outro país, a matemática. Ainda a dar os primeiros passos, descobrimos o Matematik, a primeira ferramenta no Mundo que junta ativamente docentes, encarregados de educação e alunos na aprendizagem da matemática. Com o seu autor, Jorge Galhardas, que me recebeu no seu local de trabalho onde o portal Matematik todos os dias cresce, ficou a visão apaixonada e apaixonante sobre uma matemática que não deve nada à poesia. Afinal, contra todas as minhas expectativas, foi a falar de matemática que no Entre | Vistas foi registado o maior tráfego de visitas em 12 meses.


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Por fim, faço referência a uma das entrevistas que, ouso dizer, será uma espécie de tratado para a vida. A minha e a dos meus leitores. Refiro-me à entrevista a Monsenhor Vítor Feytor Pinto, realizada e publicada em dezembro de 2014 com o objetivo de marcar a época de Natal com uma mensagem de paz, esperança e renovação. É a esta entrevista que volto repetidas vezes e que recomendo aos meus leitores voltarem sempre. Pela intemporalidade, dimensão humana, grandeza, dignidade…


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Por ordem cronológica, foram entrevistados no Entre | Vistas, ao longo deste primeiro ano, Carlos Campaniço, Pedro Pita Barros, Vítor Feytor Pinto, Ana Margarida de Carvalho, Jorge Galhardas, Miguel Duarte, Pedro Proença, Maria do Rosário Pedreira, Rui Simões, Ana Moreira e Marina Costa Lobo. Serão repetidas as minhas palavras de agradecimento que dirijo a todos eles, eu sei (tanto mais por já o ter feito ao vivo em todas as oportunidades que tive), mas não serão excessivas ao pé do efeito que o pensamento de todos eles aqui revelado teve junto dos leitores. Que, por sua vez, me agradecem a mim, também repetidas vezes. E o que me parece ao mesmo tempo digno de registo é a interpelação, o saber ouvir, o interesse pelo outro, o desapego de nós próprios… que o ato de entrevistar pressupõe e permite exercitar.


Graven
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No Entre | Vistas, na categoria A meu Ver, são dadas opiniões sobre novos/velhos conceitos, espaços, artes e ideias, com vista à divulgação do que acaba de nascer ou do que ficou esquecido. Neste campo, falei do Horas Extraordinárias, um dos blogues que sigo regularmente e cuja autora, Maria do Rosário Pedreira, estava na altura longe de saber que poderia a tão breve trecho vir a conhecer e, mais do que isso, entrevistar. Surgiu aqui também o pretexto de falar sobre uma entrevista de há uns bons anos, do professor universitário e especialista em desenvolvimento e ética económica João César das Neves, que guardara religiosamente numa caixa onde arquivo coisas que não quero perder de vista mas sobre as quais posso passar anos sem pôr a vista em cima. Esta em concreto falava sobre os valores e princípios determinantes da felicidade e é um mimo. Nesta categoria, falei ainda de um workshop que lancei no âmbito do desenvolvimento do próprio Entre | Vistas – Escrita: para que te quero? –, uma formação cirúrgica sobre a importância da escrita, independentemente de a mesma ser ou não uma ferramenta permanente de trabalho. Falei também de uma das mais bonitas páginas de fotografia que conheço, Isabel Nolasco Photography, alojada numa primeira fase no Facebook e a partir de hoje em simultâneo num site criado de raiz pela autora. Nesta categoria partilhei ainda o lançamento do Explorar Lisboa, que permite a miúdos e graúdos passarem a pente fino a capital portuguesa, meio a brincar, meio a sério, na presença de um mapa da cidade através do qual é dada ordem de partida para um passeio que só avança à medida que vão sendo dadas respostas certas a perguntas de cultura geral. Por fim, muito recentemente, dei a conhecer uma história centenária, que remonta ao início do século XX, a uma Oliveira do Hospital bem longínqua. Falo da Graven, a marca bandeira das botas Swain, que sobreviveu geração após geração… O avô vendeu as botas no mercado. O pai vendeu-as numa loja. O neto vende-as na internet. É uma marca, mas são três gerações e são cem anos. Com um legado que se adaptou, mas não se perdeu. Transformou-se.


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Carlos Vaz Marques

Na categoria Livros em Revista, partilhei ao longo deste primeiro ano títulos da escritora e jornalista madrilena Rosa Montero, do saudoso Vasco Graça Moura, um dos maiores intelectuais portugueses da atualidade (de formação quase renascentista, pela abrangência de saberes), do Padre José Tolentino Mendonça, cuja obra é uma verdadeira homenagem à capacidade diária de reinvenção e renovação, e de Carlos Vaz Marques, um dos entrevistadores portugueses que considero mais completos. Foram ainda partilhadas publicações dos escritores premiados Ana Margarida de Carvalho, também aqui entrevistada, e Afonso Cruz, umas das vozes mais originais da literatura atual, com capacidade para nos fazer transportar para universos nunca antes explorados. Um dos autores de referência no conhecimento literário da cultura europeia, Claudio Magris, uma das vozes mais desconcertantes de sempre na literatura brasileira, Clarice Lispector, e um dos mais consagrados escritores do século XX, Milan Kundera, são outros dos nomes que escolhi para integrar a lista, neste primeiro ano, dos livros que leio e que volto a ler e a propósito dos quais acredito poder partilhar valor e contribuir para a consciência social aonde a literatura sempre nos leva.


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Um guia para visitar Madrid
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Pão de Açúcar

Na categoria Vi lá Fora, deixei os meus contributos sobre algumas das melhores viagens que tive oportunidade de fazer: Barcelona, Turim, Madrid, Nova Iorque, Timor-Leste e Rio de Janeiro, com a nota de que o relato de viagem que mais leitores teve, com uma incontrolável geração de partilhas, foi o de Timor-Leste, país onde pus os pés para um itinerário completamente invulgar e desconhecido dos guias turísticos mais padronizados: Díli, Ataúro, Baucau, Manatuto, Tutuala, Jaco e Maubara. Em todos estes lugares, ouve pelo menos um olhar timorense a ficar para sempre na minha memória, um modo de viver que recordo a cada dia, um sorriso que me ensinou melhor como se é feliz. Esta foi, certamente, uma das melhores viagens da minha vida, já registada no Entre | Vistas.


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Para contar o que Vi cá Dentro, área do site em que revelo experiências e percursos dentro de portas, fui ao teatro umas quantas vezes, andei no 28 e deixei-me perder pelo primeiro bairro moderno a surgir em Lisboa, o Bairro Alto, integrada num grupo guiado por um especialista em temas olisiponenses. Foi então que surgiram os artigos aqui publicados, uma visão mais apurada sobre alguns dos lugares mais icónicos da cidade e muitos temas para boas conversas. Nesta categoria, são deixadas achegas sobre o que é nosso, num humilde contributo para a perceção da nossa identidade, a origem das nossas gentes, a história dos nossos lugares, a expressão e o impacto da nossa cultura e das nossas artes.


centro comercial como mass media
Algumas pistas para o centro comercial
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Numa sexta categoria, Visão de Consumo, inventariei e atualizei ao longo deste primeiro ano os principais argumentos que defendi na Universidade Católica, em 2008, na minha dissertação de mestrado, no âmbito da qual identifico e descrevo o conceito de centro comercial como mass media. Neste espaço, falei ainda de uma figura paradigmática do panorama televisivo português, Sousa Veloso, de um filme muito pouco ortodoxo no argumento, na realização e na representação dos personagens, Táxi. Também aproveitei para incluir uma visão muito própria sobre a inevitabilidade da estratégia ou do marketing de conteúdo, nas organizações atuais. Nesta categoria, mais não faço do que deixar a minha visão sobre os mass media tradicionais, as indústrias culturais e criativas e as soluções tecnológicas emergentes, no pressuposto de que a evolução vertiginosa da cultura mediática tem impacto direto na forma como comunicamos e vemos o mundo. Não nos enganemos.


Verdade de La Palice

A sétima categoria do Entre | Vistas, Mãe ao Microscópio, rompe substancialmente com todas as outras categorias do site e, talvez por isso, a tenha mantido ao longo do ano inteiro com um único artigo, sem evolução, para a deixar por assim dizer intocável, imaculada. É que não tendo na essência nada a ver com os restantes temas, foi no âmbito da essência do seu tema – a maternidade – que este site nasceu (e isso é explicado no Tratado do Site, na homepage). Ser mãe é, provavelmente, o mais abrangente e transversal papel que podemos assumir, aquele que não compete com nenhum outro e que nos exige uma comparência a tempo inteiro, aquele que transforma por completo o nosso eixo e transforma o nosso tempo. E que por isso nos impele (quase que nos obriga) a revermos tudo o que fazemos com o nosso tempo, que passou a ser outro, e a levar muito a sério o que nos faz feliz. O Entre | Vistas é, de resto, a materialização desse sentimento.

Neste ponto de viragem, nasceu no dia 22 de novembro de 2014 o Entre | Vistas, que se propõe ser um exercício de cidadania cultural, de comunicação e partilha de valores, ideias e argumentos, numa abordagem crítica, construtiva e transformadora do quotidiano. Não tem conteúdos diarísticos (muito pelo contrário), mas é um humilde contributo para transformar o dia a dia, o meu e o dos leitores. 365 dias já foram transformados! A meu ver.


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