Declinando para uma versão mais livre e desenvolvida um trabalho que fez para o Público, “O que é ser culto hoje?”, a jornalista Anabela Mota Ribeiro estreia esta noite na RTP2, às 22h35, o programa Curso de Cultura Geral, de que é autora e apresentadora.
Com periodicidade semanal e uma duração de 50 minutos, a nova aposta da RTP2 propõe-se questionar, e com pertinência, que significado dar hoje à noção de cultura geral, a qual origina com certeza uma multiplicidade de respostas. Numa edição de 13 programas, 39 convidados (mais de metade dos quais, mulheres) vão contribuindo para a resposta à grande pergunta com o seu olhar particular, proveniente da diversidade cultural, social e etária que um conjunto tão alargado de pessoas pode originar. Entre elas estarão personalidades da cena mediática, outras totalmente desconhecidas, com atividades profissionais díspares.
Partindo da lógica de que não há uma lista fechada e paralisada de ícones e referências culturais, um único modo de interpretar a cultura, uma fórmula isolada de interiorizar o real, três pessoas em cada um dos programas dão no ecrã de televisão a sua própria noção de cultura, discorrendo sobre as experiências culturais já tidas, o seu valor e significado e, ainda, suas repercussões na vida quotidiana.
Diz, por isso, a autora que «o programa não será sobre as obras que mudaram o mundo, mas sobre as obras que mudaram o mundo daquele entrevistado. E pode falar-se da leitura do Diário de Anne Frank, de ver Caravaggio numa igreja em Roma, da obra de Sophia, Pina Bausch, de uma mãe que ensina que não é preciso escolher entre ciências e letras, da experiência de viver fora do país, de ser médico e aprender com Abel Salazar que “um médico que só sabe de Medicina nem de Medicina sabe”.
Este Curso de Cultura Geral, de que sou desde já espectadora, será para quem quer ensinar e para quem quer aprender. Sendo que estes serão neste formato televisivo simultaneamente aqueles e aqueles estes. Parece, sobretudo, tratar-se de um fórum de partilha de conhecimentos, ideias e valores. E que bem fará, senão à cultura, à alma.
Esperemos, à antiga, pelo início do programa, que sinaliza a valorização na televisão (esse meio de massas) de um conceito que parecia ter caído em desuso puro.
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