16 artistas de Portugal e da China foram selecionados pela curadora Yuko Hasegawa para integrar a exposição temporária “Saudade”, patente no Museu Coleção Berardo até 6 de janeiro de 2019. Os vários artistas, entre os quais se destaca invariavelmente a nossa Joana Vasconcelos, refletem a narrativa da saudade, «palavra portuguesa intraduzível», como refere o folheto promocional. Nos seus mais diferentes sentidos, este termo tão característico do ser português vem tão a propósito de um sentimento que com a globalização e a falta de referências ganhou dimensão global. Será já a saudade de todos?
Numa outra exposição temporária, “1968: O Fogo das Ideias”, também visitável até 6 de janeiro de 2019, o artista plástico (que desconhecia) Marcelo Brodsky retrata em 50 fotografias intervencionadas com vários materiais, cores e palavras (ou melhor: gritos) diferentes revoluções numa «revisão histórica das ideias dos finais dos anos ‘60». É uma interpretação artística, histórica e, claro, cultural de uma década determinante para o estabelecimento de valores e o abanar de consciências um pouco por todo o mundo, Portugal incluído.
Até 17 de fevereiro de 2019, será também possível visitar a exposição “Quel Amour!?”, que exclama e interroga, simultaneamente, numa arbitrária procura de possibilidades. Obras de artistas icónicos, como Paula Rego, e cenas da contemporaneidade abordam o amor nas suas tão diversificadas idiossincrasias, com o corpo retratado como nó górdio.
À margem da exposição, silenciosos mas bastante ilustrativos, vemos vários exemplares do Diário de Lisboa dos últimos anos da década de 60, editando um país de brandos costumes (e notícias) e longe do que se passava no mundo…
A Coleção Berardo, alojada no emblemático Centro Cultural de Belém, estabelece um percurso pela arte ocidental dos séculos XX e XXI, identificando os seus mais significativos protagonistas, movimentos e vanguardas, desde o arranque da arte moderna, iniciada com Pablo Picasso. Os visitantes conhecem, nesta mostra que acolhe a exposição permanente e prestigiadas exposições temporárias, as expressões artísticas mais arrebatadoras e uma importante plataforma de observação e contacto com a história da arte dentro e fora de portas.
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